domingo, 15 de junho de 2014

Resenha – O oceano no fim do caminho


Depois de quatro semanas que li o livro, finalmente consegui fazer uma resenha decente. Neil Gaiman é conhecido por sua extrema agilidade em fazer o leitor mergulhar totalmente em um mundo mágico – e talvez paralelo. Assim como em Coraline (2002) e Coisas frágeis (2008), Gaiman inventa mundos, cria personagens, sonha como uma criança ao transferir suas palavras a nós. Com O oceano no fim do caminho (Intrínseca, 2013, 208 p.) não foi diferente. Uma fábula para uns, uma história que pende para o mundo real para outros.

O narrador e personagem principal é um homem sem nome. Saindo de um velório, dá de cara com um caminho muito conhecido, onde antigamente morava uma amiga muito querida. Segue este caminho, e ao descer de seu carro, encontra uma senhora, supostamente a avó da amiga. Ela, muito gentilmente convida-o a entrar. Ele resolve primeiro dar uma olhada no “oceano” da antiga amiga Lettie Hempstock. E é aí que suas lembranças voltam de um lugar que ele não tinha contato há muito, muito tempo. O texto é escrito de forma lúdica, com personagens tão fantasiosos, que conquistam pela impossibilidade de eles existirem na vida real.

Ao terminar o livro, fiquei pensativa. Tinha muitas lacunas para mim. Mas fui lembrada de que a história é passada sob o olhar de uma criança. Ora, claro. Foi aí que me dei conta do quão traiçoeira – e amiga – nossa memória é. Lembranças tão adormecidas, quando vêm à tona, têm o poder de transformar nossa realidade atual em uma completamente diferente da que realmente foi. A história é extremamente bem construída. Os personagens têm uma personalidade muito forte. E principalmente, a coragem habita por entre as páginas – não só isso: a coragem habita no coração do leitor que é metralhado por memórias pessoais em cada capítulo.

Título: O oceano no fim do caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Página: 208


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