Depois de
quatro semanas que li o livro, finalmente consegui fazer uma resenha
decente. Neil Gaiman é conhecido por sua extrema agilidade em fazer
o leitor mergulhar totalmente em um mundo mágico – e talvez
paralelo. Assim como em Coraline (2002) e Coisas frágeis (2008), Gaiman inventa
mundos, cria personagens, sonha como uma criança ao transferir
suas palavras a nós. Com O oceano no fim do caminho
(Intrínseca, 2013, 208 p.) não foi diferente. Uma fábula para uns,
uma história que pende para o mundo real para outros.
O
narrador e personagem principal é um homem sem nome. Saindo de um
velório, dá de cara com um caminho muito conhecido, onde
antigamente morava uma amiga muito querida. Segue este caminho, e ao
descer de seu carro, encontra uma senhora, supostamente a avó da
amiga. Ela, muito gentilmente convida-o a entrar. Ele resolve
primeiro dar uma olhada no “oceano” da antiga amiga Lettie Hempstock. E
é aí que suas lembranças voltam de um lugar que ele não tinha
contato há muito, muito tempo. O texto é escrito de forma lúdica, com personagens tão fantasiosos, que conquistam pela impossibilidade de eles existirem na vida real.
Ao
terminar o livro, fiquei pensativa. Tinha muitas lacunas para mim.
Mas fui lembrada de que a história é passada sob o olhar
de uma criança. Ora, claro. Foi aí que me dei conta do quão
traiçoeira – e amiga – nossa memória é. Lembranças tão
adormecidas, quando vêm à tona, têm o poder de transformar nossa
realidade atual em uma completamente diferente da que realmente foi.
A história é extremamente bem construída. Os personagens têm uma
personalidade muito forte. E principalmente, a coragem habita por
entre as páginas – não só isso: a coragem habita no coração do leitor que é metralhado por
memórias pessoais em cada capítulo.
Título: O oceano no fim do caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
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