Uma das metas que estabeleci para este ano, foi treinar a
habilidade de leitura em inglês. Sim, eu faço uma listinha de metas toda virada
de ano e, para quem não sabe, leciono inglês desde o 16 anos em casa.
Pois bem,
atualizando minhas leituras com a ajuda de alguns vlogs na internet, eis que me deparo com um estilo de narrativa
bastante pertinente para esta atividade.
Como não
poderia deixar de ser, os livros YA (young
adults), ou jovens adultos que, no Brasil, usa-se infanto-juvenil para um
público mais maduro são livros com esquemas narrativos bastante simples em sua
maioria.
São personagens
rasos, poucas descrições e muitos diálogos. Sim, até aí, alguém pergunta: o que
o Inglês tem com isso? Acontece que, sendo uma historia fácil para um público
mais jovem, o vocabulário e as expressões idiomáticas são utilizados de uma
forma mais branda e seus temas são simples, quase clichês. Isso é dica!
Um desses temas
presentes e que, independente do estilo de história, faz bastante sucesso é o
amor. (ah... sim, o dia dos namorados inspirou o tema dessa resenha, vale
dizer!). Esse mês comecei com livros de John Green, sucesso de vendas até
agora.
É diferente seu
estilo de descrever o comportamento psicológico de personagens que, através de
diálogos bem pontuais, conseguem ganhar o afeto dos leitores. Não é à toa que o
chororô de A culpa é das estrelas fez
de Augustus um personagem bastante particular na forma de se relacionar com
Hazel.
Confesso que
foi um livro marcante por tocar em questões relativas ao câncer do casal, mas,
mesmo assim, ainda prefiro Cidades de
papel pelo texto bem humorado na caracterização do espaço físico e do toque
de uma road trip no fim da narrativa.
Acredito que os capítulos finais do livro ficaram um pouco cansativos devido à
extensão do mistério causado pelo sumiço de Margo. Quentin segue suas pistas e
descobre o amor mesmo com a falta e o desprezo sofridos por todo o enredo.
Empolgado com
esse tipo de historia, na mesma semana devorei Eleanor & Park. Rainbow Rowell constrói uma narrativa vintage.
Soa clichê?
Então... Os anos 1980 – voltando ao passado - serviram de pano de fundo e trilha sonora para
a história do casal que se conhece no ônibus escolar. Com a dificuldade de se
relacionar com os outros, a garota sofre bullying
na escola por ser grande (não necessariamente gorda) e ruiva. Ela teve seu
apelido cravado de red-head (cabeça
vermelha) e sofreu algumas perseguições nos corredores e vestiários.
Um texto ágil e
simples na descrição dos personagens que demoram – para o delírio da minha
curiosidade – quase cinquenta páginas para se declararem. Confesso que me
surpreendi com o final (não vou dar mais spoilers,
prometo!). Triste, mas bem construído e que nos leva a refletir, mesmo que
superficialmente, como o destino age sem a nossa percepção.
Fechando o mês
(atrasado!, eu sei!), ainda me deparo com um livro bastante simples e que, a
bem da verdade, não me surpreendeu muito: A
probabilidade estatística do amor à primeira vista, de Jennifer E. Smith.
Fininho e com
uma capa em que predominam os tons pastel, a autora retrata o inesperado
encontro de Hadley e Oliver. Numa Nova York caótica e chuvosa, a perda do voo
faz a protagonista cair no tédio no salão de embarque. É neste momento que ela
conhece Oliver, um jovem inglês que consegue prender a atenção da protagonista
de uma forma eficiente para deter seu medo de avião. Digamos que sete horas de
voo foi o suficiente para que o garoto conseguisse fisgar o interesse da jovem.
Quando o casal
recém-formado chega ao destino final, o clima de suspense fica mais forte. Um
dos pontos fortes desse livro é o modo como a autora retratou o comportamento
de adolescentes que sofrem com pais separados. Neste caso, a protagonista se
submete ser a madrinha de casamento do pai com outra mulher. Uma situação
constrangedora, no mínimo.
No entanto, o
modo de narrar e a construção das sentenças do livro ainda deixam a desejar.
Sabe aquela sensação de que você não entendeu o que estava escrito e volta ao
parágrafo anterior? Esse é um dos problemas que o livro nos deixa perceber
através de uma fraca construção de personagens que, na sua superficialidade,
não conseguem se suster em termos de uma curiosidade de leitor. Ele fez isso?
Não tem nada de novo e espetacular.
Além de uma
capa fofa – como diriam as meninas – o livro retrata uma história de amor que,
ao longo do tempo, vai se acentuando pela falta que um faz ao outro.
Volto a
dizer...soa clichê, mas fala de juventude e de amor, elementos indispensáveis
de histórias que conquistam leitores ao longo do tempo.
Livros citados:
Cidades de papel
A culpa é das estrelas
Eleanor & Park
A probabilidade estatística do amor à primeira vista