segunda-feira, 30 de junho de 2014

Resenha - Doidas e Santas

Tirei daqui
Poxa, já faz uma semana que ninguém aparece por aqui não é?! rs
Sentiram saudades? Desculpem-nos pela ausência. Final de semestre é sempre aquela correria toda. Mas vamos ao que interessa: resenha! rs

Demorei em torno de um ano para ler este livro. Não que ele seja ruim, longe disso. Mas talvez eu não estivesse na época certa para lê-lo. Época certa, coisa engraçada de ser falada. Mas isso sempre acontece comigo. Tem épocas que não estou nem um pouco preparada para ler determinado gênero. O livro Doidas e Santas, de Martha Medeiros (L&PM, 2008, 232 p.) é uma reunião de várias crônicas sutis, divertidas - e algumas, na minha opinião, bem sexistas. Martha fala do cotidiano, de assuntos corriqueiros e coloca muita leveza ao olhar o comum.

O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de dicas de livros e filmes (e peças de teatro que na época estavam em alta) que ela oferece ao leitor. Dá pra fazer uma lista extensa. Apesar de encontrar vários apelos ao feminismo (mais uma vez, na minha opinião), ela conseguiu me encantar novamente com sua escrita. Como em seus outros livros de crônicas, distribui puxões de orelhas - com razão.

Título: Doidas e santas
Autor: Martha Medeiros
Editora: L&PM
Páginas: 232


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Resenha - Tem lagartixa no computador


Primeiro quero deixar clara minha paixão pelos livros da Série Vaga-Lume. Desde criança tenho contato com esta coleção da editora Ática. Meu primeiro livro lido da série foi Na mira do vampiro, de Lopes dos Santos (2002). Em todos os livros me senti envolvida, e até hoje isso acontece. Por mais que sejam livros voltados ao público infantil e juvenil, as histórias conseguem fazer com que sintamos aquela sensação de aventura, que sempre estará escondida dentro de nós.

Tem lagartixa no computador, de Marcelo Duarte (Ática, 2001, 180 p.) conta a história de Carol, Bruno, João Pedro e Michael, jovens que conseguem seu primeiro emprego numa empresa que cria sites de entretenimento para jovens. Tudo ia bem, quando a polícia local começa a receber mensagens ameaçadoras. A parte secundária da história fica com o engraçadíssimo - e bem surdinho - avô de João Pedro, o senhor Nicodemos. Assim como todos os outros livros da série, este também teve seu encanto. Indico para todas as idades.

Título: Tem lagartixa no computador
Autor: Marcelo Duarte
Editora: Ática
Páginas: 180


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Resenha - Quem é você, Alasca? + Vídeo Resenha


Os personagens me conquistam de maneiras bem diferentes. Um é irônico, outro é solitário, e outro ainda é fanfarrão. Um personagem ter essas três características é bem incomum. E esta é a Alasca. Incomum, irônica, solitária e fanfarrona. Em Quem é você, Alasca (WMF Martins Fontes, 2010, 229 p.), John Green apresenta um garoto que não tem nenhum amigo e é deixado totalmente de lado das festas de seus colegas. Em compensação Miles Halter, vulgo Gordo, é muito inteligente, e tem seus pais como melhores amigos. Resolve estudar num colégio interno, saindo em busca de seu "Grande Talvez": aquilo que todos nós temos uma vez na vida, descobrir porque estamos aqui e para quê exatamente. E é lá que encontra Alasca, Coronel e Takumi. E também é neste lugar que é apresentado a uma nova vida.

Ganhei o livro no Natal do ano passado e enrolei um bocado para começar a ler. Talvez por "trauma" que criei com A culpa é das estrelas (trauma bom, ok?), John Green sempre era deixado de lado na minha estante. E uma de minhas metas deste mês era ler este livro. Quando terminei a leitura, comecei a me culpar por não ter lido antes. É um ótimo livro! O autor - que eu me lembre - usa quase as mesmas fórmulas de ACEDE. Sim, afinal são livros YA (young adult). Mas além das fórmulas de YA, aquela uma de pegar uma característica de um objeto e nomeá-lo com a característica.

Ah, João Verde também nos oferece uma boa quantidade de "últimas palavras". Verídicas ou não, são excelentes e bem cômicas. Dá vontade de pegar as biografias de cada personagem citado. Miles gosta bastante de ler, o que achei interessante: o livro traz alguns comentários sobre os livros que ele anda lendo durante a história. E pelo jeito Gordo tem a mesma relutância que eu, ao tentar ler Moby Dick. 

Título: Quem é você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 229

terça-feira, 17 de junho de 2014

Resenha - O segredo das quatro letras


Confesso que desacostumei a ler fábulas. Antigamente lia mais - talvez pelo fato de ser mais nova, ou pelo fato de não gostar de leituras muito complexas. Aí vamos nos acostumando com leituras legais, interessantes, e que acabam exigindo um pouco mais de nosso cérebro. Fábulas são legais se bem contadas: trazem-nos lições de moral, de ética, e fazem-nos refletir sobre a verdadeira importância da vida.

Conheço Gabriel Chalita desde meus poucos anos de idade, não que eu tenha muitos. Sempre admirei sua obra, e talvez um de seus livros tenha feito com que eu me interessasse até mesmo por literatura de qualidade. Em Trilogia da vida (são três livrinhos: O livro do sol, O livro dos amores, O livro dos sonhos), ele reconta alguns clássicos, como Tristão e Isolda, e conta a história de outros personagens famosos de nossa literatura. Fiquei encantada quando conheci Chalita pessoalmente, toda trêmula, com treze anos de idade. Li outras diversas obras do autor, mas tenho que confessar que não fiquei muito animada com a leitura de O segredo das quatro letras (Ediouro, 2008, 91 p.).

Apenas ao ler o título, já sabia quais quatro letras seriam essas. A primeira história é dividida em quatro partes. Um senhor muito sábio, usa as fábulas para explicar um pouco sobre a vida para as crianças de uma aldeia. A segunda e terceira histórias dão lições de moral, fala-nos sobre o perdão e o egoísmo. São temas interessantes, contudo as histórias não me agradaram. Foram contadas de forma muito rápidas, bem previsíveis. Não sei se estou errada, mas tenho quase certeza que as fábulas são assim mesmo: histórias rápidas, com finais previsíveis. Até porque são histórias para crianças. Ainda assim... Prefiro as fábulas antigas.

Título: O segredo das quatro letras
Autor: Gabriel Chalita
Editora: Ediouro
Páginas: 91


domingo, 15 de junho de 2014

Resenha – O oceano no fim do caminho


Depois de quatro semanas que li o livro, finalmente consegui fazer uma resenha decente. Neil Gaiman é conhecido por sua extrema agilidade em fazer o leitor mergulhar totalmente em um mundo mágico – e talvez paralelo. Assim como em Coraline (2002) e Coisas frágeis (2008), Gaiman inventa mundos, cria personagens, sonha como uma criança ao transferir suas palavras a nós. Com O oceano no fim do caminho (Intrínseca, 2013, 208 p.) não foi diferente. Uma fábula para uns, uma história que pende para o mundo real para outros.

O narrador e personagem principal é um homem sem nome. Saindo de um velório, dá de cara com um caminho muito conhecido, onde antigamente morava uma amiga muito querida. Segue este caminho, e ao descer de seu carro, encontra uma senhora, supostamente a avó da amiga. Ela, muito gentilmente convida-o a entrar. Ele resolve primeiro dar uma olhada no “oceano” da antiga amiga Lettie Hempstock. E é aí que suas lembranças voltam de um lugar que ele não tinha contato há muito, muito tempo. O texto é escrito de forma lúdica, com personagens tão fantasiosos, que conquistam pela impossibilidade de eles existirem na vida real.

Ao terminar o livro, fiquei pensativa. Tinha muitas lacunas para mim. Mas fui lembrada de que a história é passada sob o olhar de uma criança. Ora, claro. Foi aí que me dei conta do quão traiçoeira – e amiga – nossa memória é. Lembranças tão adormecidas, quando vêm à tona, têm o poder de transformar nossa realidade atual em uma completamente diferente da que realmente foi. A história é extremamente bem construída. Os personagens têm uma personalidade muito forte. E principalmente, a coragem habita por entre as páginas – não só isso: a coragem habita no coração do leitor que é metralhado por memórias pessoais em cada capítulo.

Título: O oceano no fim do caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Página: 208


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Resenha – Memória de minhas putas tristes


Preconceito literário, eu tenho! Ou pelo menos tinha. Fazia muito tempo que eu ensaiava em ler este livro. Por causa do título. Eu achava que trataria de um tema muito polêmico, e fosse um texto repugnante. Acertei o tema polêmico. Mas particularmente, deixou de ter essa classificação pela poesia e pureza de que foi tratado o assunto.

Memória de minhas putas tristes, de Gabriel Garcia Márquez (Record, 2009, 127 p.) conta a história de um senhor prestes a completar noventa anos. Ele quer dar a ele mesmo um presente inusitado: uma garota virgem, bem novinha. Entra em contato com a cafetina do bordel que costuma – ou costumava – frequentar. Ela consegue lhe arrumar uma garota como ele queria. E é aí que começa a história. Recheado de lirismo, nosso Gabo consegue tratar o amor de uma forma tão pura, tão intensa, tão incrivelmente doce, que é praticamente impossível não ficar encantado com a história. Como aborda um tema polêmico, o autor consegue tirar um pouco do "peso" do assunto com metáforas belas e suaves.

Em diversas partes eu tinha que parar de ler para suspirar, para refletir, para deixar meu braço ficar arrepiado à vontade. O que era para ser um tema pesado – que acredito, muitos ainda acharão, apesar de toda a pureza da coisa – para mim, sustentou o tema amor de forma singular. 

Título: Memória de minhas putas tristes
Autor: Gabriel Garcia Márquez
Editora: Record
Páginas: 127


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Dobradinha Book Cine – O silêncio dos inocentes + Resenha em vídeo


Quando um livro é bom, ele fica em nossa memória por um tempo e é até fácil falar sobre ele. Agora, quando um livro é muito bom, mesmo ficando em nossa memória – talvez – pro resto da vida, é difícil falar sobre. Comigo funciona assim. Eu fico tão sem palavras que é quase impossível fazer uma resenha. Assim como em O oceano no fim do caminho (Neil Gaiman) e Memória de minhas putas tristes (Gabriel García Marquez), esse livro chamou minha atenção de uma forma peculiar. O livro em questão é O silêncio dos inocentes (Bestbolso, 2009, 309 p.) de Thomas Harris. Queria poder contar a história inteira, sem me preocupar com spoillers, mas não posso. Então vamos ao que eu consigo.

Em diferentes partes dos Estados Unidos, algumas mulheres começam a desaparecer. O FBI procura o responsável por esses sumiços com o auxílio de Hannibal Lecter, um antigo e brilhante psiquiatra que infelizmente está voltado para o crime. Clarice Starling é uma agente “estagiária” e acaba sendo chamada para conversar com o Dr. Lecter, numa tentativa de encontrar o criminoso. Como Lecter conhece muito bem a mente humana e suas façanhas, ele concorda em ajudar Starling com uma condição. E eu não vou contar a condição.

Minhas impressões foram as melhores possíveis. Achei que todos os personagens (primários, secundários e terciários) são muito cativantes. Todos têm uma importância na história, assim como todos os detalhes que o autor descreve. Houve uma parte do livro em que pensei: mas por que essa criatura está descrevendo um guardanapo caindo? E eis que umas linhas depois lá estava a resposta. Tudo, completamente tudo tem um é necessário ser descrito. Indico com força.

Título: O silêncio dos inocentes
Autor: Thomas Harris
Editora: BestBolso
Páginas: 309

Resenha em vídeo do Bibliotecária Leitora aqui.



Dobradinha - Filme O silêncio dos inocentes

O filme O silêncio dos inocentes (MGM, 118 minutos, 1991) é estrelado por Anthony Hopkins e Jodie Foster, nos papeis de Hannibal Lecter e Clarice Starling. Foi o terceiro filme na história a receber os cinco principais Oscars (Melhor filme, direção, atriz, ator e roteiro), ficando atrás de Aconteceu naquela noite (1934) e Um estranho no ninho (1975). Por mais que neste filme/livro, o foco não seja Hannibal, o papel de Hopkins é tão brilhante que ele é destaque no filme.

Minhas impressões foram as melhores possíveis. Assisti ao filme há cerca de um ano atrás - talvez menos -, e cada palavra que eu lia do livro de Harris eu via a cena inteira na minha frente. Por mais que a cena tenha sido "cortada" em sua versão filme, eu podia imaginar exatamente a atuação de cada um dos atores. Claro que uma ou outra coisa ficam para trás. Senti uma leve falta da esposa de Crawford, um papel tão terciário, mas para mim, tão importante.

Filme: O silêncio dos inocentes
Diretor: Jonathan Demme
Produtor: Edward Saxon
Tempo: 118 min
Ano: 1991


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Resenha – Amor eterno


Claro que quando peguei este livro, já sabia o que me esperava. Engraçado como nossas leituras ficam mais amadurecidas com o passar do tempo. Antigamente, eu comprava muitos livros de banca, livros água com açúcar. Confesso que adorava, que devorava sem dó nem piedade. Um de meus desafios desse ano (de meu outro blog, Bibliotecária Leitora), era no mês de maio, ler um livro assim, bem romântico, feito pra passar o tempo. Foi quando reencontrei perdido em minha estante, Amor eterno, de Barbara Cartland (Nova Cultural, 2004, 128 p.). Eu havia abandonado este livro por achá-lo muito chato na época – e olha que eu curtia livros assim!

Eu havia acabado de ler O lugar escuro, de Heloisa Seixas, um livro muito bom, reflexivo, e com linguagem bem acessível. Pensei: vai ser mole ler Amor Eterno. Ledo engano. Demorei mais de dois dias para ler. Uma moça que acaba de perder o marido, e é extremamente gananciosa, sai em viagem com um amigo – diga-se de passagem, também muito rico – para o Egito. Tenta de todas as formas conquistá-lo, para quem sabe no futuro, ficar com sua herança. Tudo ia muito bem, até seu amigo encontrar uma mulher muito misteriosa e com a beleza mais pura que ele já viu na vida.

O que dizer? Como já mencionei, eu sabia do que o livro tratava. Mocinha, mocinho, vilão, uma paixão avassaladora, algo com que se preocupar e como sempre, um final feliz. Eis a receita para um “bom” romance de banca. Não indico, claro. Inclusive, sei que esta não foi minha melhor resenha.

Título: Amor eterno
Autor: Barbara Cartland
Editora: Nova Cultural
Páginas: 128


sábado, 7 de junho de 2014

Dobradinha Book Cine- A hora da estrela


É engraçado quando encontramos algumas pessoas nas ruas e pensamos em uma história para sua vida, não é?! Sempre faço isso. É uma diversão à parte. E Clarice Lispector, com sua poesia refinada, romanceia este simples ato: o olhar o próximo com uma perspectiva e ideias, muitas ideias diferentes.

Em A hora da estrela (Rocco, 1998, 87 p.) a autora incorpora Rodrigo S. M. Relato. Um dia, o narrador depara-se com uma mulher que ao olhar no fundo de seus olhos, ele próprio já sabe que ela é nordestina, de Alagoas, tem 19 anos e é datilógrafa. A partir disso, ele cria uma história completa para Macabéa - este é seu nome. A personagem tem um quê de ser humano cru, que é quase impossível descrever em uma resenha. Ela é inocente, pura, tem medo de palavras, tem um rádio como seu amigo e professor de coisas banais. Sempre preparada para perguntas esdrúxulas, acaba conhecendo Olímpico de Jesus, operário de uma metalúrgica, que adorava se auto-denominar metalúrgico.

Em diversas partes do texto, Rodrigo Relato pára sua narrativa e conversa com o leitor: "
Mas aí que está: esta história não tem nenhuma técnica, nem de estilo, ela é ao deus-dará" (p. 36). Consciente de que sua história pode ser impossível - afinal foi só um encontro de olhares - nosso narrador descreve tão bem sua personagem principal, que é possível nutrir por ela sentimentos reais, como amor, ódio, tristeza, mas principalmente piedade.


Sou suspeita para falar desse livro. Vi algumas resenhas, denominando-o como um livro poético, e difícil. Estranhei bastante. Pra mim, é um dos livros mais fáceis - e nem por isso menos profundos - de Clarice. Ela escreve com tanta tranquilidade de descrições, que visualizamos Macabéa em nossa frente. Amo de paixão todas as descrições dadas. Rio demais com a nudez com que é escrito. É um livro indispensável para a vida.

Título: A hora da estrela

Autor: Clarice Lispector
Editora: Rocco
Páginas: 87


Dobradinha - Filme A hora da estrela

Depois de ler o maravilhoso livro de Clarice Lispector, o Ivan me emprestou o filme A hora da estrela, dirigido por Suzana Amaral (Raiz Produções, 98 minutos, 1986). Há um tempo, a Folha de São Paulo lançou uma coleção nomeada Grandes livros no cinema, sendo este o quarto volume. O DVD é acompanhado de um livretinho, contendo uma pequena história do livro e de seu autor, e depoimentos de artistas que de alguma forma tiveram contato com a obra. E é bem interessante observar pontos que são citados no livreto; pontos dos quais não tivemos a mesma sensibilidade ao lermos a obra de Clarice.

A invisibilidade de Macabéa é ponto alto, tanto no livro como no filme. Sua pureza, simplicidade e seus nada convencionais modos de agir e ser, encantam quem está assistindo. O filme é estrelado por Marcélia Cartaxo, no papel principal, José Dumont, interpretando Olímpico, Tamara Taxman, sendo a "coleguinha" Glória e Fernanda Montenegro, como Madame Carlota. Recebeu quatro prêmios, inclusive dois internacionais. 

No final do livreto, os organizadores da coleção nos apresentam mais alguns títulos que foram adaptados das obras de Lispector: Curtas: Ruído de passos (1995, Denise Gonçalves); Felicidade Clandestina (1998, Marcelo Gomes e Beto Normal); O ovo (2003, Nicole Algranti). Longa: Estrela nua (1985, José Antonio Garcia e Ícaro Martins). Filme: O corpo (1991, José Antonio Garcia).

Filme: A hora da estrela
Diretor: Suzana Amaral
Produtora: Raiz Produções
Tempo: 98 min
Ano: 1986



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Resenha O lugar escuro - BL

Olá!

Viram que ontem saiu a resenha de O lugar escuro, de Heloisa Seixas, né?!
E já viram também a resenha que saiu da Daniela (Bibliotecária Leitora) que também escreve para o A Booktime, no canal dela?

Tá aqui oh ;)


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Resenha – O lugar escuro


Quem tem pessoas idosas na família sabe o “risco” que corre de essas pessoas terem em algum momento o mal de Alzheimer. Na realidade, todos corremos este risco. Na minha família, graças a Deus ainda tenho minhas duas avózinhas. Certas coisas que escutamos delas são apenas reflexos de uma breve perda de memória, ou de uma confusão que é normal na idade que elas já têm (88 e 89 anos). Uma delas foi diagnosticada com demência, que é parecido com o Alzheimer, tendo poucas diferenças. A outra avó está de cama já faz um ano, e certas coisas, acaba confundindo mesmo; talvez porque não tenha mais tanto contato com o mundo externo.

Lendo o livro de Heloisa Seixas, vi em vários momentos situações que já passamos em minha família. O lugar escuro: Uma história de senilidade e loucura (Objetiva, 2013, 135 p.) conta a história da mãe da jornalista que abre para o público as portas de sua vida pessoal. Por ser um livro autobiográfico, achei-o muito, muito cru. E isso não é ruim. Isso é excelente. Alguns livros que já li (não sobre o tema em questão, mas sobre qualquer outro) que são crus, não trataram o tema de que falavam com tanta honestidade. Era um cru exagerado, um cru que queria chamar a atenção. Não estou lembrada de ter lido um livro autobiográfico tão envolvente.

Vemos o amadurecimento da autora em relação a várias situações constrangedoras, tristes e até mesmo engraçadas. Heloisa conta também vários fatos que antecederam a doença da mãe, fatos estes que talvez tenham colaborado para a doença. Toma a liberdade de contar várias histórias familiares (que eu achei de uma intimidade incrível) com personagens tão reais que vemos que a história é realmente verdadeira. Indico muito.

Título: O lugar escuro: Uma história de senilidade e loucura
Autor: Heloisa Seixas
Editora: Objetiva
Páginas: 135


terça-feira, 3 de junho de 2014

Resenha - Crônica de uma morte anunciada


Pra quem é blogueiro ou costuma escrever resenhas e textos com frequência, sabe que não é fácil iniciar a escrita. Dependendo do texto, ele flui que é uma beleza. Mas e quando queremos explicar um sentimento que nem sabemos ao certo qual é?! Isso está acontecendo comigo. Terminei de ler Crônica de uma morte anunciada, do querido Gabriel García Márquez (Record, 2001, 177 p.). Gabo, como é carinhosamente chamado, já dá seu spoiller no próprio título. É escrito na forma de crônica, quando o narrador é em primeira pessoa, e ele anuncia uma morte. A escrita não me conquistou à primeira lida. Tive que começar umas cinco vezes, e sempre parava na página 33. Não passava daí. Mas como o livro é da Biblioteca Pública, eu teria que terminar obrigatoriamente. Não gosto de devolver livros que apenas passearam comigo, e não foram lidos.

Mas por que a escrita não me pegou de primeira? Muitos personagens com nomes e sobrenomes parecidos (isso me confunde muito), e passado e presente andando juntos. Foram as principais razões. Mas quando resolvi terminar o livro, ele começou a ficar interessante. Santiago Nasar e os demais personagens são tão reais que é possível vê-los em nossa frente. A escrita de García Márquez pende para o lado jornalístico. As descrições são feitas com detalhes. 

Voltando ao início do texto: por que muitas vezes não conseguimos iniciar um texto? Fazer a resenha de algo que nos deixou desconfortáveis é algo ruim ou bom? Acredito que se o livro deixou esta sensação, ao menos um objetivo o autor alcançou: fazer o leitor refletir. Até que ponto nós omitimos uma informação? Até que ponto não fazemos (ou dizemos) algo por alguém por medo de ser mentira? Crônica de uma morte anunciada deixa o leitor perplexo diante da cruel realidade que o cerca. É um livro tão real, com uma história que se encaixa tão bem com os atuais dias, que é impossível terminá-lo sem uma sensação de angústia.

Título: Crônica de uma morte anunciada
Autor: Gabriel García Márquez
Editora: Record
Páginas: 177


domingo, 1 de junho de 2014

Resenha - Muncle Trogg e o burro voador


Atenção: Pode conter spoillers do primeiro livro!

Muncle Trogg, o menor gigante do mundo - e mais fofinho também - volta com tudo no segundo livro. Com a amizade de Emily, a Pequenote, descobre que sua morada talvez não seja tão segura. Ainda duvidando um pouco dela, começa a ver com seus próprios olhos, coisas que antes não aconteciam no Monte das Lamentações. O chão está tremendo com maior frequência e o Grude está mais intenso.

Em Muncle Trogg e o burro voador (Intrínseca, 2013, 208 p.), Janet Foxley segue o mesmo ritmo do primeiro livro (já resenhado aqui). Os gigantes ainda estão ignorando coisas que acontecem diante de seus olhos, os Pequenotes ainda são seus "inimigos" e as ilustrações seguem o mesmo estilo engraçadinho. Porém, o Burro Voador é um dos principais personagens da nova aventura.

Antes de fazer um comentário sobre o que achei dos dois livros, deixo claro: adoro livros que falem de antigas civilizações, de extraterrestres, de coisas paranormais rs. Mas, vamos lá: O que acho sobre ler livros infantis: Por mais que aparentemente a história seja "bobinha", traz ao menos uma mensagem a nós, adultos. Muncle - o personagem Muncle - trouxe a mensagem de humildade que devemos ter diante das outras pessoas. Não quero comentar muito por aqui o porquê acho isso - para não dar possíveis spoillers rs -, mas acredito que ele tenha sido nomeado o Sábio Homem não somente pela sua sabedoria, e sim por sua humildade. E Muncle - o livro - trouxe também uma mensagem, que para muitos, pode ser engraçada. A ignorância e a pretensão que o homem possui em si mesmo. Vemos na história, o quão os gigantes eram donos da verdade. E vemos também, na vida real, como os seres humanos também são assim. A grande maioria acha que nossos antepassados não tinham capacidade para criar algumas coisas, que talvez realmente tenham criado; ou a tecnologia extraterrestre (que eu acredito) é tão avançada a ponto de ignorarmos - ou rirmos de cientistas que estão prontos para estudar sobre. Ah gente, desculpem, acho que estou saindo um pouco do tema do livro, não é?! rs

Gostaria muito que a autora desse uma continuação a estas duas histórias lindinhas. Pelo que vi no final do livro, não terá mais nenhuma publicação de Muncle. Mas nunca se sabe...

Título: Muncle Trogg e o burro voador
Autor: Janet Foxley
Editora: Intrínseca
Páginas: 208