Realmente
existem livros que nos inspiram. Uma lista de clássicos nacionais e
estrangeiros pode ilustrar isso. Mas, por incrível que pareça, os
livros de hoje podem nos dizer (e muito!) sobre os valores que eles –
os próprios livros – têm a nos transmitir.
Claro
que não é novidade o fato de livros falarem sobre livros. Pois bem,
recentemente me deparei – na Bienal do Livro deste ano, diga-se de
passagem – com uma capa, no mínimo, elegante. Vários livros
abertos e preenchidos em tons pastel com a frase: “Nenhum livro é
uma ilha; Cada livro é um mundo”. Claro! É de A
vida do livreiro A.J. Firkry,
de Gabrielle Zevin que estou falando.
Primeiro
o enredo: numa ilha chamada Alice
Island vive
A. J., um livreiro carrancudo e solteiro que mora no andar de cima de
sua livraria e, espantosamente, não é muito educado com seus
clientes e representantes de editoras.
Um
dia, ao deixar a porta destrancada (isso pode ser um spoiler,
ok?) um bebê é deixado entre as estantes de sua livraria e mais:
seu exemplar raro de Tamerlane
- um livro raro de Edgar Allan Poe – foi roubado. A partir deste
ponto, a vida deste homem muda completamente com a adoção da
pequena Maya. Anos depois, com a filha doente, o livreiro se distrai
ao lado da cama com o exemplar deixado por uma amável representante:
Amélia. A leitura do livro faz com que o protagonista se interesse
pelo gosto da moça, o que desencadeia uma serie de sentimentos no
livreiro.
De
ponta a ponta no livro, convivemos com o dia-a-dia de uma livraria
bastante convencional de uma cidade pequena, com seus clubes do
livro, os hábitos de seus clientes e eventos um tanto estranhos,
como a presença de autores excêntricos.
Infelizmente,
lamento por alguns nós desta edição: a revisão deve ser realmente
refeita. São erros bastante comuns, como vírgulas fora de lugar,
tradução de expressões ao pé da letra que não soa bem em
Português e erros de regência verbal. Acredito que não tenho o
direito de depreciar o trabalho de uma editora bastante conhecida,
como a Cia. das Letras e o selo Paralela, mas, infelizmente, isso um
dos pontos que enfraqueceram a recepção do texto.
No
entanto, esse livro é indicado aos amantes dos livros e que
reconhecem, ainda que seja uma ideia um tanto clichê, o poder
transformador da leitura que atrai pessoas com gostos em comum.
Afinal, pelas palavras de A.J.: “Você descobre tudo [de] que
precisa saber sobre uma pessoa com a resposta desta pergunta: Qual é
o seu livro preferido?”(p. 69)
Título:
A vida do livreiro A. J. Fikry
Autor: Gabrielle Zevin
Autor: Gabrielle Zevin
Editora:
Paralela
Páginas: 186
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