sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Resenha – Gen, pés descalços, Volume 1

O livro chegou hoje em minha casa. Às 14 horas. Veio junto com o presente de dia dos pais atrasado (Sim, a Saraiva atrasou um tiquinho, mas ok). Estava ansiosa para entregar o presente ao meu pai, e já correr para apreciar meu livro. Este foi aguardado. Ah, se foi. Gen, pés descalços, Volume 1: O nascimento de Gen, o trigo verde (Conrad, 2011, 275 p.), teve sua edição original publicada no ano de 1975, trinta anos após o início da Segunda Guerra Mundial. Seu autor, Keiji Nakazawa é um dos sobreviventes da Bomba de Hiroshima, e conta neste incrível livro a vivência com sua família. Na introdução do livro, Keiji explica como muitos japoneses, na época da publicação do livro, não sabiam direito sobre o fato. Sempre lhe mandavam cartas perguntando se aquilo realmente tinha acontecido.
A família Nakaoka é constituída de Gen, Shinji (irmão mais novo), Eiko (irmã mais velha), Kouji e Akira (irmãos mais velhos), Daikichi (pai) e Kimie (mãe).O livro já começa em 1945, no mês de abril. O Japão treinava compulsivamente seus jovens, para que pudessem resistir às forças americanas e inglesas guerreando. O país era tomado pela fome e por noções rígidas de comportamento, instituídas pelos militares. Com muita frequência, os habitantes passavam por “toques de recolher”, como que um treinamento para quando seus inimigos lançassem as bombas. A família Nakaoka era muito julgada pelos vizinhos e – claro – pelos militares, de serem “antipatriotas”. Daikichi, principalmente, era muito perseguido pelo Presidente da Associação de Bairro. Em meio a tantos problemas, a família ainda conseguia manter a alegria e a união (mesmo que por pequenos momentos, uma discussão ou outra, por causa da guerra).
Foi um dos livros mais tocantes que já li em minha vida. Confesso que chorei muito, chorei de soluçar em várias partes do livro. Interessante o autor expressar tanta dor, tantas lembranças castigadoras, através de traços tão bem humorados. Fico imaginando como é ser sobrevivente de algo tão catastrófico e ainda assim, conseguir transmitir seus sentimentos de forma tão concisa. Muito mais que indicado: este livro deveria ser essencial em currículos escolares. A obra é para ser guardada para a vida inteira.

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